Realmente a globalização é algo que me causa espanto a cada dia que passa. Não fosse por ela, eu não teria a oportunidade ímpar de receber para resenhar um disco de uma banda de Salvador na Bahia. Digo isso porque estou no Paraná e, através da internet, a banda teve acesso ao blog Rocktime e enviou seu material.
A banda em questão é a Rattle, oriunda de Salvador (como eu já citei), formada em 2009 e que pratica um death metal com muita influência de heavy tradicional e thrash metal. O disco Pain Is Inevitable é, na verdade um split álbum, onde o Rattle divide com a banda russa “Hell's Thrash Horsemen” as doze faixas do mesmo, cabendo cinco delas aos baianos. Para não ser muito bairrista, em que pese o fato de que eu sou mesmo, vou fazer um breve comentário sobre as primeiras faixas, que são dos russos.
Após uma breve intro, o thrash metal vigoroso da música “Prologue To Slaughterhouse” dá o tom de como é o estilo da banda, com um vocal potente e um inglês bem arrastado demonstrando muito potencial. A rápida faixa “Hell's Thrash Horsemen” se destaca pela dupla de guitarristas que não deixa a peteca cair em momento algum. “The Preacher” encerra a participação do quinteto russo, sendo uma faixa bem mais trabalhada que as demais e com variações instrumentais interessantes.
Ao ouvir as músicas do Rattle percebe-se facilmente o porquê deles terem ficado entre as 10 bandas mais votadas na seletiva para se apresentar no Festival de Verão da Globo de lá, já que dão uma verdadeira aula de velocidade e peso, com muita técnica e “feeling” para o metal extremo. Uma característica dos sons da banda é que eles primam por temas influenciados por filmes de horror, zumbis e sobrenatural em suas letras.
A sombria e aterrorizante “Hell Of The Living Death” abre a participação do Rattle no registro, com muito peso e os vocais poderosos do Val Oliveira em destaque. A brutalidade ensurdecedora continua em “Drinking Blood” onde a dupla de guitarristas Henrique Coqueiro e Gustavo Martins debulham com riffs rápidos e precisos. Já na longa “The End” podemos notar o quanto é importante a parceria e cumplicidade de bateria e baixo, pois fazem a diferença, especialmente num som ora rápido, ora cadenciado e arrastado, com muitos solos de guitarra, como é o caso desta música na qual é imprescindível que haja uma harmonia consistente entre Louan Kemlin no baixo e Drica Lago nas baquetas. O disco fecha com uma versão arrasa quarteirão de “Mass Hypnosis” do Sepultura, cujo estilo se enquadra como uma luva no dos baianos. Cabe comentar que nessa cover, o baixista convidado foi o Rafael Santiago e o disco foi produzido, gravado e mixado por Sidinei Falcão e pela própria banda no MD Studios em Salvador (BA).
Até o recebimento deste cd houveram algumas alterações no line up do grupo, que hoje conta com: Val Oliveira (v), Henrique Coqueiro (g), Daniel Iannini (b) e Rodrigo Macedo (d).
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